O Voo da minha Vida.. Inesquecível!

"O voo da minha Vida" ;) 

Após 8 anos, continua bem vivo na minha memória!

Que grandes momentos!! Brutal!

Um video de todo o voo em exclusivo para todos os amigos e fãs do Madeira Adventures ;)



Alguns Dados para adoçar o bico:



Descolagem: Fanal (GPS: 32.8112 , -17.1392)

Altitude: 1164 m

Asa: Ozone Vulcan

Data: 14.05.2005

Distância percorrida (medido em linha recta): 25.1 km 

Duração: 02:07 h
Vento: NE [7 km/h]
Aterragem: Junto ao Farol em São Jorge!
Memórias: Inesquecíveis ;)


O email que enviei para os meus amigos no dia seguinte.. 

"Um Voo com Vida, O voo da minha Vida!"


O inicio..

                                                   

De:                     Rúben G.T.
Para:                 Todos os meus Amigos!
Enviado:       Segunda-feira, 16 de Maio de 2005 02:19
Assunto:       O meu melhor de Sempre..

 VIDEO DO VOO AQUI

Tudo começou no inicio de um dia normalíssimo de voo, era apenas mais um, (pensava eu)..




Estávamos nós (eu e o Sérgio no Paul da Serra quando decidimos ir até ao Fanal.. era só para ver como estava, murmuramos)
descolagem
Chegados lá, ao conquistar o topo do íngreme monte, que nos separava do Fascínio, eram apenas alguns metros bem suados e sofridos, numa subida que desemboca, numa garganta, que, cai depois abruptamente sobre o mar.
Fanal
À volta tudo era verde, tudo era Brutalmente lindo, o ar transpirava leveza e a paisagem era mais do que inspiradora!

Ao checar o vento, deparamo-nos com 10 km/h constantes a brotar como de uma fonte inesgotável de ar, que insistia em nos tocar ao de leve nas faces, como que a nos puxar e a incentivar a possuir aquele profundo vale!

Após os normais procedimentos de verificar a praia, no miradouro, alguns kms abaixo, e contactar 2 ou 3 pilotos, arrancamos com as asas no dorso, prontos para a aventura!
Picture
Chegados novamente ao topo, fomos presenteados com alguns leves toques de sol, que brilhava tremulamente, por detrás das ténues nuvens, que se espalhavam aleatoriamente pelo nosso horizonte visual.
Picture
Ao retirar os pés do chão, relembro como se fosse agora, a imagem de imensidão, profundidade e liberdade absoluta.. de conquistar algo novo, algo quase intocável, quase que imaculado, simplesmente indizível!
Picture
Ao aproveitar uma pequena térmica já à saída, enrolei-a, contornando todos os seus recantos, subindo juntos cerca de 50 m, até que, já mais relaxado e com a vista a deglutir cada cm do cenário, arranquei para então começar o VOO!
Picture
Observei de soslaio o Justino e o Sérgio lá ao fundo, tinham arrancado antes e estavam agora bem mais baixos e já sobre a baía..

- "Vou atacar aquela concha!" -  pensei eu.

Estava bem orientada e deveria dar mesmo aquilo que eu estava ansiosamente aguardando, dito e feito, algumas dezenas de metros à frente, começou novamente a dança mágica de um misto de misticismo e realidade, foi enrolá-la até lhe arrancar a rolha!
Picture
Nisto, e com a confiança e auto-estima a bater na nuvem (assim como a asa, quase :) arranquei rumo a São Vicente, completamente descontraído a tirar fotos a todos os recantos de tão abençoada paisagem, cada vale mais belo que o anterior, cada cascata com um som característico e cada localidade com as suas cores marcantes.
Picture
Chegado a São Vicente, a sobranceira localidade, colocada, como que por acaso no final de um vale de postal, reencontrei-me com o Justino que tinha arrancado mais cedo e mais baixo.
Picture
Fizemos "glide" juntos até à falésia que é banhada na sua enseada pelo mar de São Vicente e só termina quase na Ponta Delgada..
Picture
Era uma transição difícil  das mais difíceis do voo, por não ter nenhum apoio de parede e termos de garantir muita altura para passar a grande garganta.

Partilhando as térmicas, apenas com as mantas e gaivotas, enrolamos juntos, até aos 1000 e daí separamo-nos, tomando cada um, uma decisão distinta.
Picture
Justino, optou por enfrentar o vale de frente e fazer travessia, eu por outro lado, rumei a uma concha que havia no recanto mais recuado do vale, onde julguei ganhar os valiosos metros, que me garantiriam passar à vontade o próximo vale.

Foi o tempo de lá chegar para trepar novamente aos 800 metros, dai via o Justino lá por baixo tentando desesperadamente chegar à próxima encosta virada ao vento, onde, veio mais tarde a confirmar, tinha chegado demasiado baixo..!
Picture
Nessa altura, estava já a transmitir no rádio:

"Não me abandones agora! A Costa Norte É Nossa, vai ao fundo da concha que sobes!".. em vão, já estava demasiado baixo.

Alguns minutos volvidos, ouço a sua voz no rádio, dizendo:

"Está tudo ok, aterrei numa pequena enseada, apertadita, mas correu tudo bem.. continuas ou ficas?"

- "Boa pergunta, pensei eu!", mas ao sentir novamente, a asa a me puxar com força para cima, não consegui fechar os olhos, e continuei em frente..
Picture
Boa Ventura, Arco de São Jorge, São Jorge! Tudo cenários de filme, tudo verde, tudo hipnotizante, entre fotos visuais e as outras, lá enrolava uma termicazita, que me levava uns valiosos metros acima.
Picture
Chegado a São Jorge, sobrevoando o miradouro, encontrei o Nuno acabado de chegar do Funchal.

No meio de um curto diálogo por gritos e berros do ar para terra, e vice versa, e depois de convencido que eu tinha vindo do fanal e ainda incrédulo, aconselhou-me a aterrar ali ao lado, ao pé do farol, onde tinha um terreno de terra batida muito bom para top landing..
Picture
Assim foi, aterrei aos 300 metros de altitude num descampado mesmo ao lado de um farol, ainda com um sabor na boca de vitória, de satisfação, sem contudo deixar de olhar em frente e ver Santana e o pretendido Porto da Cruz..
 "Para a próxima!" - pensei eu. Para a próxima!

Ficha Técnica:

Picture
Picture
Picture

Video do Voo

Comentários