E quando o Pássaro voa

Quando, na sua imponência e altivez,
O pássaro ergue seus olhos, 
Apenas um pouco, sobre o horizonte..
Abre suas asas, tocando suavemente,
Como que uma melodia com o vento.

E os dois, numa cumplicidade
Segredada, enrolam-se ágeis
Numa dança mágica, deixando atrás de si,
Um rasto de leveza, e deslumbramento inigualáveis!

O Homem, habituado a betão e cimento,
Constrói, encegueirado pelo sol da fortuna
E do falso desenvolvimento, 
Deixando no rasto do pássaro um forte peso e sofrimento.
Ao construir até nas mais íngremes escarpas,
Está deliberadamente a destruir o leito,
Destes majestosos seres..

Seres estes, que ao se sentirem reprimidos,
Tentam ripostar, atacando.
Quando os seus futuros já há muito estão traçados
E nesse futuro não os veremos voando..

Há muito que se não vê o voo dos falcões,
E à muito, se não vai ver!

Rúben G.T
.



Comentários